Ô da Poltrona: True Detective – O Final da Primeira Temporada

Se tem spoiler? Claro que tem! Se você não viu a série corra para assistir que são apenas 8 episódios e só depois volte aqui

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E isso é uma ordem!

Ok, seja bem vindo de volta, mas só para reforçar:

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A jornada dos detetives Martin Hart e Rustin Cohle chegou ao fim com a mesma excelência que se iniciou, com grandes atuações, uma direção precisa, trilha sonora sensacional e aquele clima de “vai dar merda geral”do começo ao fim. Mas se você esperava um final baseado nas dezenas de teorias cheias de mind-blowing que circulavam por aí na internet, pode ter ficado decepcionado.

Ou seja: o grande spoiler é que não há um grande spoiler!

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E isso é ruim? Não, nem de longe afinal a série não se propôs a isso, na verdade ela tem a estrutura narrativa muito mais próxima do cinema do que de séries de tv. E também não era a vontade do criador da série Nick Pizzolatto que em uma entrevista anterior à exibição do episódio havia dito que achava essas mudanças bruscas de roteiros uma decisão por muitas vezes preguiçosas, refutando as teorias que especulavam que um dos protagonistas era o serial killer ou que a série daria uma guinada brusca para uma temática sobrenatural em seu final.

Mas um dos pontos alto da série é ao mesmo tempo em que ela não explicita o elemento sobrenatural ,também não há nada que desvende totalmente o mistério por trás dos sacrifícios e outras atrocidades cometidos pela seita de assassinos degenerados.

O quê Marty e Rusty conseguem é finalmente localizar o “Monstro do espagueti” e em um seqüência com muita tensão eliminá-lo com ambos quase perdendo a vida no processo. Aliás, o grande culpado (que na verdade é revelado ao final do penúltimo episódio) já havia cruzado o caminho dos investigadores no primeiro episódio da série. Mas a grande conspiração por trás dessa seita, qual era o papel do ex-governador e atual senador  Eddie Tuttle (que nem aparece na história) nela? Seria ele o Rei Amarelo? Ou o Rei Amarelo era apenas uma alegoria para o diabo?

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São perguntas que ficam sem resposta e se tornaram ainda  com a descoberta que fiz enquanto escrevia esse post de que  O Rei Amarelo é o nome de uma  à coleção de contos de 1895 escrita pelo autor Robert W. Chambers e que serviu de inspiração para autores como Raymond Chandler, Robert Heinlein, Neil Gaiman e, principalmente, H.P. Lovecraft.

(Mais detalhes aqui e aqui)

Já começam a pipocar teorias na internet que a segunda temporada da série pode trazer outros elementos dessa compilação de contos mesmo trazendo novos protagonistas e ambientação diferentes.

E como os destinos de Rust e Marty permanece em aberto, será que não podemos ter alguma esperança do retorno da dupla em uma das temporadas futuras? Pouco provável, mas fica a certeza de que True Detective já colocou o nome de ambos na galeria dos grandes personagens policiais ao mesmo tempo que levou o gênero na tv a outro nível.

6 respostas em “Ô da Poltrona: True Detective – O Final da Primeira Temporada

  1. Eu achei muito oba-oba em cima do que não passa de um Bom Filme bem comprido… A série é boa, os atores mandaram muito bem, mas não tem nada de excepcional… pelo pouco que me lembro achei a climatização meio Twin Peaks, que também teve seu momento de fama aqui no Brasil, só foi explorado de uma forma diferente… talvez se fosse nos dias de hoje também seria vangloriada dessa mesma forma… o fato mais interessante foi a forma de explorar a série com a história toda em apenas uma temporada e com poucos episódios… isso é bacana… mas como disse, um filme comprido.

    • Twin Peaks foi tão cultuada quanto lá fora, mas antes do “advento da internet”, portanto o barulho em torno dela não foi tão grande comparado às séries de hoje. Mesmo assim é super-cultuada lá fora e até aqui onde mal chegou a passar direito.
      Voltando a True Detective, o maiores mérito da série é esse mesmo, ter a qualidade técnicas, de roteiro e, principalmente, de atuações, no mesmo nível de um grande filmes thriller policial com doses de suspense.
      E isso é bem raro na tv.

      Ia até colocar no post, mas como esse comentário virou um outro post ( e ninguém lê nenhum nem outro mermo), vi que muitos críticos se decepcionaram com o final, pois estavam esperando uma grande reviravolta na trama, um grande “susto” que tem sido o modus-operandis das séries dramáticas mais bem sucedidas do momento: GoT e TWD.

      Talvez acostumado com a “montanha-russa emocional” que estas duas proporcionam, o final os tenha desapontados. Ok, é gosto pessoal, não tem pior ou melhor mas acho que as críticas nesse sentido são um pouco injustas.

      Ou nas palavras de Rust:

      • Talvez essa seja o ponto… o final. O q faz um grande filme ser aclamado por todos é justamente aquela sensação de… quero mais. É muito bom levantar da poltrona do cinema ou dar o stop no media player após o final de tropa de elite e falar caralho… que foda… agora eu quero sair por ai colocando todo mundo dentro do saco, enfiando o cabo de vassoura nos pivetes q roubam tenis e dando tiro de doze na cara do Bahiano… e botar tudo isso na conta do papa.

        O ponto é que as vezes o filme pode ser uma merda, mas se for um final muito bem elaborado o filme ganha um valor esxcepcional (não é o caso de tropa de Elite foi só um exemplo) mas também acontece o inverso. Tive esse sentimento recentemente, assistindo a Robocop e o mesmo com True Detective… não que eu quisesse que a aparecesse o Constantine no último capítulo, mas acho q o simples fato do Rust morrer já melhoraria e muito o final.

        Quanto ao técnico é bacana mesmo ver td isso em uma série, mas lembre-se que isso não é novidade alguma para HBO. As séries mais mequetréfes deles (nacionais) também já exibem esse diferencial… mas isso prende muito a continuidade da série, pois exige mais e acaba demorando muito pra sair a outra temporada e etc… acho q os moldes se adequam para “transportar” livros para as telas… eu acharia muito melhor uma série do Harry Potter do que os filmes… e também do Crepúsculo (me juguem) rs….

        Caralho… escrevi mais num comentário do que nos meus últimos 100 posts… acho q tá ai o assunto pro próximo UATAcast…

        …mas ai vou adentrar naquele velho tema, não importa se é um True Detective ou um Casseta e Planeta… o que importa é o momento de diversão que eles estão proporcionando… blá blá blá blá blá (voz da professora do Charlie Brown)

        • Eu venho insistindo na comparação do Rust com o Constantine porque acompanhando um pouco do personagem é possível ver que ele entra no caso levado por um evento, seja pela indicação de alguém ou pelo destino. Todos os motivos poderiam ser sobrenaturais.
          Eu estava achando excelente a ambiguidade da série em torno da materialidade dos eventos. O fato de serem sobrenaturais ou não era simplesmente um reflexo de como os fatos ocorriam. Isso trazia uma dualidade surpreendente entre os dois detetives. O Marty temia e ao mesmo tempo não aceitava que houvesse alguma possibilidade de que existisse algo em que ele não poderia meter uma bala, enquanto Rust contabilizava como mais uma das merdas que a cabeça dele teria que lidar. Isso era sensacional!
          Marty era o “believer” e Rust era o “cético”
          Tanto Marty quanto Rust estavam atrelados ao evento. Novamente, a “sobrenaturaliedade” do caso pouco importava. Restava a contribuição de ambos para a finalização do evento.
          O ponto que concordo é de que o final perdeu um pouco em não conseguir manter essa dualidade, tão presente em outros momentos.
          O final foi ineficiente neste sentido. Houve aquela imagem do universo, e todo o resto ficou mal definido em sua forma.
          Para que um novo ano ocorra com o mesmo peso, seria necessário questionar o que o Rust viu.
          Questionar a percepção do Rust como personagem tem que ser muito bem feito…

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