Ô da Poltrona: Walking dead

the-walking-dead-wheres-carl-calvin-and-hobbes-inspired-artwork-cartoonSaindo do último episódio da meia temporada de Walking Dead, deixo minhas impressões sobre a série:

1 – Achei sensacional a realocação do Tyrese na série de TV

2 – Com a realocação do Tyrese, fez mais sentido a extensão da participação do Shane e a importância que o Daryl ganhou

3 – O Japa e o moleque ganharam um ótimo destaque e finalmente estão mostrando algum potencial

4 – Michone tem mais sentido na série de Tv do que nos quadrinhos

5 – Andrea ganhou alguma profundidade e deixou de ser o “Mercenário” da série

6 – O governador vai ficar pra segunda parte da Mid-season (Mantenham suas mão dentro do brinquedo!)

Temos algumas outras coisas significativas mas achei interessante perceber que boa parte da graça de uma série de TV ou filme está em que alguém decida como uma história será contada.

A história perde a força quando a gente mata o plot, quando sabemos de antemão quem é o mordomo.

Li Walking Dead até um pouco depois dos eventos da prisão. Vinha acompanhando as mudanças e achava a série de TV menos impactante que a dos quadrinhos.

Sou véio de quadrinhos e TV e tenho completa noção de que não são a mesma mídia. Faz tempo que sei e que aceito essa diferença. Já esperava que a série fosse diferente na TV.

No último episódio da média temporada, algumas mudanças que eu não compreendia fizeram muito mais sentido. Quando o diretor da série tomou algumas decisões, percebi que ele vai no caminho onde, de forma simples, personagens importantes não estão 100% seguros. Quem acompanha os quadrinhos sabe que o autor segue a escola George R. R. Martin de amor aos personagens. Quem gosta da série também sabe que na TV, muitos personagens são mais “modafóca” do que nos quadrinhos, isso um pouco no mau sentido…

Mas, acredito que isso é a chave do sucesso da série na TV.

Aceitar a evolução de cada personagem está ligado ao fato de aceitar as decisões toscas que tomam, desde que a história se beneficie disso. Tudo isso, é claro, só pode ser analisado depois. Enquanto a história rola, só resta torcer pra tudo dar certo.

É como se sentar a beira de uma fogueira e alguém falar: “Vou te contar uma história” (Neste caso, com Ibagens). Saber ou desconfiar do final da história invalida um pouco a experiência.

Mesmo que a série siga um rumo na TV próximo ao que está nos quadrinhos, ainda assim, os personagens ganham carisma e o destino está na mão da pessoa que está te contando a história. Isso já ficou bem claro quando &$#% morreu antes na TV.

Lógico que é exagerado comparar alhos com bugalhos, mas penso nas principais histórias das quais eu gostei e lembro que, na maioria, envolviam quebra de expectativas. Nelas, o autor derrubava meu castelo pré construído e me mostrava algo melhor do que eu havia imaginado. Em algumas ocasiões mostrava coisas piores mas pelo menos havia o mérito de uma história nova.

Era como olhar puto pro rumo duma história e a única coisa que vinha a cabeça era algo assim:

A graça é o autor brincar com sua expectativa. A diferença é que antes, havia a possibilidade de pular algumas páginas para conhecer o fim e perder a graça de todo o caminho da expectativa. Agora, com as pesquisas de audiência, o autor pode manipular os caminhos e direcionar a história para o lado bom ou ruim. Temos coisas ótimas iniciadas já nesta época online, poucas tiveram um final decente porque os autores buscaram agradar a todos ao invés de contar sua história.

Não que Walking Dead seja essa coisa toda. Mas é diferente da obra original, o que garante uma boa expectativa. E ainda caminha num bom sentido!

Vai degringolar que eu sei. Porém, uma história foi contada.

Lembro de Clube da Luta e Matrix (O ÚNICO, por favor). Contou-se uma história e ponto! Se vc não gostou, que pena…

Dentre outras coisas, temos Guerra dos Tronos, Breaking Bad, Dexter e outras bisonhices. Até Pushing Daisies entrava nessa categoria (Para mim, pelo menos).

Minha maior decepção foi “Lost”. Com Lost eu passei a ter medo de que os canais venham a criar histórias boas e abandonem as história em prol da audiência.

Quanto às adaptações, as únicas cópias literais que aceito dos quadrinhos para o cinema são Watchmen” e “Dark Knight Returns”. Simplesmente porque não tem qualquer possibilidade das mídias atuais superarem os quadrinhos.

Sobre Pushing Daisies, somente para constar, a cena da série que me cativou foi essa. Principalmente quando aparece o cara da enceradeira dançando no fundo:

3 respostas em “Ô da Poltrona: Walking dead

  1. Verdade. Tem vários detalhes que parecem propositais. T-dog e o negão da cadeia usaram um martelo durante algum tempo. Nessas ocasiões achei que iriam substituir definitivamente o Tyrese. Outra mudança legal foi o Governador. Nos quadrinhos ele é um completo escroto. Na TV, ele é um pouco mais “elegante” e tem uma origem mais justificada pelo trauma da familía. Até o Liam Neeson genérico ficou bom no papel. No início achei que ele não tinha tipo pra fazer o governador…

    • O propósito do Governador não ser tão escroto de inicio foi uma “boa intenção”… acho que agora ele vai mostrar sua “face real” após a morte de sua filha morta. Pena que agora só em fevereiro…

  2. Se vc perceber o autor está até “brincado” com quem leu o HQ, como no momento em que o governador interrogou a Maggie em que nós esperavamos o mesmo “tratamento” dedicado a Michonne no HQ…

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