No apagar de luzes do ano (e do planeta Terra) um dos quadrinhos mais legais que li nesse período ( e nesse planeta).

Não se engane como o nome da série (que soa estranho em português) nem ao subtítulo do arco de história que dá nome ao encadernado que remete a algo mais infantil( que você vai entender o porque já, já).

A criação de Mike Carey e Peter Gross merece todo o hype e as excelentes críticas que recebeu.

Seguindo a receita de bolo e dando uma idéia do que se trata a série:

A série começa mostrando as aventuras do pequeno mago Tommy Taylor e seus dois melhores amigos em uma batalha pelo destino do mundo contra o nefasto Conde Ambrósio quando…

“OPA, PERAÍ CACETA! Isso é aí que você escreveu é uma chupinhação descarada de Harry Potter!”

E é isso mesmo! Daí também o título do arco remeter à obra de J.K. Rowling. Em O Inescrito Tommy Taylor é um personagem da literatura ainda mais popular que Harry Potter e suas aventuras são histórias dentro de uma história. O real protagonista da série é Tom Taylor  que teria sido a inspiração para a criação de personagem Tommy , já que seu pai é o autor da série.

Já adulto Tom vive da fama do personagem, frequentando convenções e autografando livros para levantar alguns(bons) trocados, pois todos bens de seu pai, desaparecido há anos, estão bloqueados em uma intrincada rede jurídica. Por mais que ele odeie viver da fama da obra de seu pai é o que lhe resta já que ele fracassou na tentativa de ter uma carreira em qualquer área.

Ele vai vivendo essa vidinha besta até que durante uma dessas convenções são apresentadas provas de que Tom não é quem diz ser, que ele não é filho do famosos escritor Wilson Taylor. E mais que isso: tirando suas próprias lembranças, não há nenhum documento ou evidência concreta que prove a existência dele. É quase como se Tom tivesse sido… inventado! Não fizesse parte do mundo real.

Mas o que é real? Como própio Carey diz em um texto no final dessa edição, mesmo os fatos do dia-a-dia impresso em um jornal não deixam de ser histórias, não dá para separar em 100% a visão do autor que está escrevendo uma notícia, de alguma maneira, mesmo em uma pequena escala, a fidelidade ao fato real foi alterada. E se invertemos a equação? O quanto de real tem em Harry Potter, Tom Sawyer, Crime e Castigo e outras obras literárias?

E é na tentativa de responder essa questão que reside a genialidade de O Inescrito.

Não é uma leitura tão fácil, sinto que perdi alguma coisa por  não ter lido alguns dos livros referenciados na história, mas isso não atrapalhou minha leitura nem o entendimento. E a sensação após terminar esse arco foi a mema que eu tinha sempre que finalizava a leitura de um dos encadernados da minha série preferida  “Y, O Último Homem ” : A urgência em ter em mão logo a próxima edição nas mão para descobrir até onde vai essa viagem.

POR ISSO COMPREM ESSA PORRA PARA QUE (ASSIM COMO Y) A PANINI PUBLIQUE A SÉRIE TODA AQUI NO BRASIL!!!!!!!!!!!!!

8,5 Gatos-Alados

(De 10 gatos alados possíveis)

*Nenhum gato-alado foi cortado ao meio na execução desse post