Na verdade essa é uma Leitura de Trem poser. Acabei lendo em casa até pelo tamanho do encadernado e o crime que seria enfiar tão bela edição na mochila e sair por aí.
Além de poser é uma leitura bem tardia já que comprei esse encadernado há uns 6 meses e só no último fim de semana que eu consegui conhecer completamente a abordagem de Mark Millar e Bryan Hitch para um grupo como os Vingadores no mundo real.
A história não era nova para mim, já havia lido um capítulo aqui, outro capítulo acolá quando foi publicado mensal aqui no país, mas até então não tinha lido comprado o primeiro volume da série. Só após um excelente podcast do Vortex Cultural e uma promoção on-line é que realmente tomei coragem e resolvi pagar uma grana nele. E valeu o investimento.
A primeira temporada se passa no Universo Ultimate da Marvel, que a princípio foi criado para renovar os personagens da editora para os tempos atuais começando do zero e com uma abordagem mais realista. Nessa realidade, em que tem um Homem-Aranha visto como um vigilante criminoso e em que os mutantes passam a ser ainda mais temidos do que no universo Marvel regular, o governo dos EUA decide que precisa ter um braço super-poderoso para fazer frente à essas ameaças. E o comando da operação fica a cargo do Coronel Nick Fury, que fica responsável por recrutar os membros da equipe.
Bom, se você chegou até aqui deve estar pensando que isso não é novidade nenhuma, é o jeito que ocorre no filme dos Vingadores. Cabe lembrar só que a série é de muito antes do filme ( 2002 para ser mais exato) e que de certa maneira ela influenciou todo o Universo Marvel dos cinemas. Um dos aspectos interessantes dessa leitura tardia foi poder ler a série sobe a perspectiva de alguém que já viu os filmes, e mesmo constatando inspiração óbvia deles à série (lá por exemplo, foi onde Nick Fury deixou de ser um branquelo caolho para virar um Samuel L. Jackson Caolho), Os Supremos vai muito além do que é mostrado nas telas trabalhando principalmente com as implicações políticas e sociais de existência de seres super-poderosos à serviço do governo americano.
O grupo é formado por um Homem-de-Ferro tão fanfarrão quanto Robert Downey Jr, Um Thor meio hippie, meio Deus do Trovão, um Capitão América que age realmente como um soldado e com um nível de fodacidade nunca visto em sua versão regular e o casal Gigante e Vespa que têm sua conturbada relação levada ao extremo. Ah, tem o Hulk também, mas dizer qualquer coisa sobre ele pode revelar partes importantes da trama.
Outro ponto alto da série é a arte de Bryan Hitch, a sensação que temos é que ele desenhou realmente como se fosse um filme, com tomadas mais abertas e com ótimas seqüências de ação. Os diálogos criados por Millar também são fantásticos, principalmente em passagens mais cômicas como em determinado momento da série que os personagens ficam conversando sobre quem seriam os atores para interpretá-los no cinema.
E por falar de Millar, uma das grandes ironias é que hoje ele é o cara contratado pela Fox para tentar criar um universo integrado no cinema com os X-Men e o Quarteto Fantásticos, heróis que o estúdio tem os direitos nas telas. Um dos grandes responsáveis criativos pelo sucesso da Marvel Studio agora tenta fazer o mesmo por um concorrente. Com toda Marvel e os nerds torcendo contra para que os direitos sobre os personagens voltem para “Casa das Idéias”.
Nota
7,5 gritos de “Hulk Espada!”
(10 gritos de “Hulk Espada” possível)




Pingback: Crossover Supremos vs. Vingadores Pode Ser O Fim do Universo Ultimate. «