Lembram quando o Radiohead sem gravadora decidiu  disponibilizar seu  álbum “In Rainbows” digitalmente deixando você escolher quanto pagaria por ele, inclusive podendo não pagar nada por ele? Bom, eu lembro! A ação foi a base para o meu TCC.

Hoje o escritor Bryan K. Vaughan (autor de Y- O Último Homem) e o desenhista Marco Martin lançaram uma mini- série inédita chamada Private Eye nos mesmos moldes.

Está aí algo que pode mudar o cenário de distribuição digital de quadrinhos. Não que não existam iniciativas parecidas, mas esta foi tomada por um dos escritores mais badalados do momento, que teve um de seu últimos trabalhos seriados (Saga) escolhida como a melhor publicação de 2012 e que além de sucesso de crítica tem um público mais que fiel. Praticamente um Radiohead no mercado editorial.

Para comprar basta você ir até o site Panel Syndicate, clicar em “Buy Now” e colocar quanto você quer pagar pela edição número 1 da série e colocar seus dados de cartão de crédito internacional  ou Paypal. Se quiser pode enviar uma mensagem pessoal diretos para os autores. Isso se você quiser pagar algo, se não basta preencher o campo com 0.00, escolher o formato do arquivo, a versão em inglês ou espanhol fazer o download da edição.

É importante salientar que todo o pagamento irá direto para os autores, sem intermediários! Então caso você possa, nada mais justo do que dar uma ou duas doletas para os caras afinal como os próprios dizem no site você estará ajudando a financiar  a seqüência da série e novos trabalhos deles.

(Confesso, baixei agora e paguei 0,00, mas assim que eu chegar em  e encontrar o cartão de crédito que a patroa escondeu de mim vou fazer minha contribuição)

Falando um pouco da história Private Eye é uma série de detetives, que se passa em um futuro em que a privacidade é algo tão sagrado que todo mundo tem uma identidade secreta, exatamente o contrário de nossos dias atuais em que todo mundo quer pendurar uma jaca no pescoço para aparecer.

As grandes editoras ainda não sabem lidar com os quadrinhos digitais, engessam o máximo o processo, cobram o mesmo valor das edições físicas, não divulgam números oficiais, etc,etc…

Já pensou se outros grandes autores optam por esse modelo de  publicação de material autoral de qualidade?