É quase regra que os grandes clássicos dos quadrinhos de super-heróis são histórias publicadas fora da cronologia oficial dos personagens, em uma edição especial ou mini-séries não nas séries mensais.  Claro que um arco ou outro consegue atingir o status de obra-prima, mas via de regra, nas revistas mensais se encontra o material mais fraco devido as amarras cronológicas e o ritmo de produção.

Mas vez ou outra, surge uma que se destaca e se torna memorável, como essa história do Homem-Aranha escrita na década de 80 que vou revisitar nesse post.

A estória escrita porTom DeFalco e com a arte de Ron Frenz começa com o Senhor do Fogo, ex-arauto de Galactus e um mala-sem-alça poderosíssimo, que sem nada melhor para fazer resolve vir a Terra para dar um rolê wm Nova York. Como o cara se acha um deus (e é praticamente) não curte muito nossa hospitalidade terráquea, principalmente por ser hostilizado ao ser confundindo com um mutante. Puto da cara, o esquentadinho sai detonando tudo o quê vê pela frente. E quem está passando pela área fudido e mal-pago como de costume e é alertado pelo seu sentido-aranha? O amigão da vizinhança, o sensacional Homem-Aranha! (É claro né, sentido-aranha quem mais teria? O Batêma?). E sobra para ele a missão de parar um dos seres mais poderosos do universo.

A grande sacada  é que o Aranha sabe que não tem como enfrentar o Senhor do Fogo diretamente e passa toda estória fugindo e ao mesmo tempo tentando minimizar os danos causados por ele. Sempre fazendo as piadinhas no melhor estilo Aranha, fazendo graça para disfarçar que está morrendo de medo. Ele deixa o bafo-de-fogo para trás e tenta chegar ao edifício Baxter, quartel-general do Quarteto  Fantástico, para conseguir alguma ajuda, mas chegando lá não encontra nem o prédio (todo o prédio e os integrantes do Quarteto estavam foram sugados para outra dimensão na revista deles). Pensa em recorrer aos Vingadores, mas além de não saber se eles estão na cidade, teria que cruzar a cidade com o Senhor do Fogo em seu encalço. Chega uma hora em que ele pensa em simplesmente tirar o uniforme e deixar que outra pessoa cuide do problema, mas aí temos de volta o velho “com grandes poderes vem grandes responsabilidade e decide ligar o foda-se e partir para cima de seu perseguidor. Tudo que ele tenta para deter o Senhor do Fogo falha miseravelmente e ele, esgotado demais para continuar a fugir, surta decidi partir para porrada mesmo…

…só parando quando sente uma mão no seu ombro e alguém dizendo: “Ei filho, já pode parar, parece que você já ganhou.” e quando se dá conta  vê que o Senhor do Fogo está literalmente apagado no chão e que  Os Vingadores  resolveram aparecer para dar uma mãozinha bem na hora que ele havia resolvido sozinho a situação.

É uma estória simples, mas que para mim coloco entre as melhores coisas que li do personagem! Essa estória tem tudo do que fez o Homem-Aranha um dos personagens mais querido dos quadrinhos e o meu preferido na época que li essa história aqui no Brasil. Os quadrinhos finais mostrando a destruição causada na cidade e o Aranha ainda atônito não acreditando que sobreviveu são geniais.

Se quiserem, um santo-homem colocou a história quadro-a-quadro no Youtube, se você não encontrar em papel recomendo que mate uns 30 minutos de trampo e assita/leia: