Ainda guri, topei com uma das edições da então recém-lançada mini-série “Os Livros da Magia”então publicada pela Editora Abril.

Na época consegui absorver muito pouco da revista, afinal era iniciante no vício de ler HQs, mesmo assim tentei encontrar os outros números da série, mas não tive sucesso, ela já não estava mais nas bancas e não a encontrei em sebos. E só agora que sou um velho de merda pude ler a história toda nesse encadernado de luxo publicado pela Panini no mês passado.

Alías, a editora está de parabéns bela edição! O encadernado é muito bonito (inclusive é uma “Leitura de Trem” poser, pois o li em casa de dó de carregá-lo para cima e para baixo na mochila) e o preço bastante acessível: R$ 25,90. Mas, já que eles não me pagam para falar bem deles chega de rasgação de seda e vamos a história:

“Os Livros da Magia” foi originalmente uma mini-série em 4 edições escrita por Neil Gaiman e desenhada por  John Bolton, Scott Hampton, Charles Vess e Paul Jonhson lançada  com o intuito de mostrar um panorama geral sobre o universo místico da DC. Para isso foi criado o personagem Tim Hunter, um garoto de óculos destinado a se tornar o mago mais poderoso de todos os tempos.

E sim! a série saiu antes de Harry Potter ter sido escrito. Muitos apontam como plágio inclusive parece que um processo só deixou de ir em frente por conta da Warner ter adquirido os direitos cinematográficos dos livros.

Tim então é levado pela “Brigada dos Encapotados” (Dr. Estranho, John Constantine,  Dr. Oculto e Mister IO) para conhecer o universo da magia e para que ele possa optar por vir a se tornar o detentor dos “Livros da Magia”ou seguir sua vida mundana, afinal, como diz o Dr. Estranho logo no início da jornada, magia é uma questão de escolha: se você decide por não acreditar nela ela deixa de existir para você.

E esse foi meu “problema” com a história: a arte de cada um dos desenhista está magnífica e ela é   excelente, Gaiman a fez como um conto fantástico que pode ser lido e apreciado por uma pessoa que nunca tenha lido nada da DC, claro se você for um conhecedor da Distinta Concorrência, principalmente do selo Vertigo, vai se esbaldar com as referências, mas acredito que  mesmo não sendo uma leitura das mais fáceis, o encadernado vai agradar os apreciadores do gênero fantasia. Gênero que não sou fã.

Talvez se eu tivesse a  lido toda na mesma época que eu havia topado com ela pela primeira vez (quando eu tinha mais ou menos a idade de Tim) a série entrasse para o nobre panteão dos quadrinhos que eu considero digno de levar um 10. Mas li em uma fase da vida que a minha  opção por não acreditar em magia já havia sido tomada há muito tempo, me impedindo de me sentir mais conectado a ela.

Nota: 8 iôiôs que viram corujas

De 10 iôiôs que viram corujas disponíveis