Ok, já fazem quase duas semanas do fim do evento, mas não podia deixar de fazer o último post sobre nossas últimas horas no festival.
Prometo que é o último dessa trilogia acidental.
Lê aí que agora só depois do FIQ 2015!
Falei em “acidental” pois a minha idéia era fazer apenas um post contando nossas experiências em BH, mas enquanto escrevia os posts anteriores notavam que eles já estavam longo para caçambis e ainda havia muito para contar.
Nessa saideira vou falar dos painéis que conseguimos assistir, mesmo sem termos nos programados para tal fim. Mas entre um chopp e outro íamos dar uma sapeada no que estava rolando no palco através do telão e notávamos que ainda havia espaço dentro do auditório. Daí corríamos para a secretaria do evento e conseguíamos as senhas de acesso para entrar lá.
Foi exatamente dessa maneira que assistimos ao painel com o mito George Pérez , que foi disparado o mais legal do dia. Já enchi a bola dele no último post. Muita gente pode pensar que por ele estar escoladíssimo em participar de festivais por anos a fio e toda essa simpatia não passa de um “jogar para a torcida”, mas mesmo que seja esse o motivo de aplausos para um cara com 59 anos, com problemas de saúde e com o currículo que Pérez tem.
O desenhista deu um show divertindo a platéia contando causos como a compulsão de sempre tentar enfiar o maior números de personagem sempre que podia nas capas e páginas das histórias que fazia.
A participação nos painéis estava tranquila, mas mesmo assim decidimos nos antecipar para garantirmos a participação no da DC que pela escalação prometia bastante . Mas no antecipamos tanto que ao irmos atrás das senhas só os do painél da Marvel estavam disponível. Mesmo sem termos quase nenhum interesse pensamos ” Por que não?” .Claro que tomamos umas cervejas antes e entramos quando o painel já estava pela metade.
E pela metade também estava a lotação do auditório, pois mesmo com a simpatia do escultor brasileiro exclusivo da Marvel Hélder Moreira e apesar da “fleuma” do capista argentino Julian Totino o painel teve poucos convidados relevantes para atrair a atenção da marvecaida. Prova disso é que quando abriram para as perguntas do público choveram questões sobre filmes , quadrinhos e iniciativas na tv da editora. Todos os assuntos que ambos artistas não tinham muito a acrescentar.
Ao contrário do painél da DC que assistimos mais tarde que contava com o chefão Geof Johns além de boa parte dos artistas brasileiros que trabalham atualmente para editora: Daniel HDR, Eddy Barrows, Eduardo Pansica,Ig Barros , Ivan Reis, e Joe Prado. Todo o tratamento dado pela editora para seu momento no FIQ foi muito parecido com o que vemos nas convenções lá fora, com anúncios de séries que estavam por vir. Ok, nada de muito novo para quem acompanha o noticiário lá fora, mas mesmo assim bem bacana.
Na rodada de perguntas dois momentos interessantes: Johns lançando um ” Não posso falar disso agora” quando questionado sobre integração do universo DC na TV, quadrinhos e cinema e Ivan Reis tocando no espinhoso tema sobre as influências do editorial no trabalho dos artistas. O artista brasileiro disse entender essas diferenças e alguns dos problemas que ocorreram, mas lembrou que no fim de tudo os personagens são propriedades das editoras e que também ninguém é obrigado a se sujeitar a isso. Quem quiser fazer um trabalho mais autoral pode procurar outros caminhos.
E após o encerramento do painel nossa aventura por BH havia quase acabado, só perdemos alguns momentos vendo o ” Baile Funk” (com funk de verdade) embaixo do viaduto em frente a Serraria Souza PINTO que recebia uma iluminação trazendo os Piratas do Tietê em mais uma homenagem ao gênio Laerte que abre esse post.
E este foi o fim de nossa breve jornada no FIQ, um fim de semana praticamente perfeito, a não ser por um pequeno detalhe que me incomodou um pouco:
Lembram-se que no post anterior me referi a um dos colaboradores do evento que foi pouco compreensivo quanto eu ter perdido minha senha para a sessão de autógrafos do George Pérez?
Até aí ok, eu estava errado perdi a PORRA da senha e mesmo tendo conseguido o autógrafo minha mente doentia jamais me deixará esquecer essa falha.
Mas essa mesma pessoa foi a que agiu de maneira para lá de agressiva durante toda a sessão declarando aos quatro ventos que “não estava ali para brincadeiras” tentando podar qualquer tentativa de fotos ou de contato mais longo com Pérez, por mais que o desenhista tenha se mostrado solicito e fazendo ” a simpatia vencer o azedume”
Essa também foi a mesma pessoa que nos três painéis do sábado, ao final deles pegava o microfone e tratava de tocar o públicos do auditórios como se fossem gado, bradando que todos deveriam deixar a sala para que o outro painel fosse realizado, mesmo com tempo de sobra e com todo mundo deixando a sala de maneira rápida e organizada.
Também foi essa pessoa que segundo um dos voluntários que trocamos uma idéia no fim do sábado teria encerrado o evento uma hora antes do previsto.
Já de volta a UATAFOKINcaverna procurei descobrir quem era essa pessoa pesquisando o nome no Google e descobri que se tratava de Afonso Andrade que era ” só” o organizador do FIQ!
Li algumas entrevistas antigas dele e me surpreendi com elas pois ele parecia ser um cara legal nelas, ao contrário da pessoa que parecia estar ali no FIQ obrigado a estar em um ambiente que ele parecia não suportar.
Pode ser que eu esteja sendo injusto, considerando o stress que deve ser estar a frente de um evento desse porte, pode ser que a experiência dele em outros FIQs possa ter mostrado que ele tenha que agir dessa maneira para manter as coisas nos eixos ou talvez ele simplesmente estivesse em um dia ruim, mas o comportamento dele destoou demais do clima de confraternização e camaradagem do evento.
Mas ok, fica somente o registro do fato para ter certeza que será mais um dos eventos que nunca conseguiremos credenciamento.
Agora é só esperar que até o próximo FIQ nossas finanças e nossos fígados estejam recuperados.