Parecia que um dos acertos nos Novos 52 tinha sido a repaginada que deram no Capitão Marvel (agora oficialmente chamado de Shazam) dando a ele uma roupagem mais moderna o desvinculando ao clima de Era de Ouro que sempre esteve atrelado ao personagem.
Pelo menos era isso o que eu pensava até a leitura de “Shazam e a Sociedade Monstro” de Jeff Smith…
Smith segue exatamente na direção oposta da reformulação feita por Geoff Johns: ao invés de renegar os conceitos mais ingênuos da origem do Capitão Marvel ele os revisita e ao mesmo tempo que consegue criar uma história que mescla aventura e humor na medida certa sem aquele ar de anos 40.
O autor vem dos quadrinhos independentes, onde foi aclamado e premiado pela crítica por Bone (que infelizmente eu não li nada) e até pelo traço mais cartunesco pode causar alguma a princípio alguma estranheza ao leitor de quadrinhos de super-heróis, os levando a achar que a história seja direcionada ao público infantil.Mas o estilo casa perfeitamente com o Capitão Marvel, e algumas opções ainda mais cartunescas do autor, como fazer um Billy e uma Mary Batson bem tampinhas, funcionam muito bem.
Outro grande acerto: Billy e o Capitão Marvel tem personalidades diferentes, apesar de uma influenciar na do outro, diferentemente das últimas releituras do personagem onde ainda que transformado no “mortal mais poderoso da Terra” tinha a personalidade de um menino.
A Warner/DC já anunciou que irá lançar um filme do Capitão Marvel Shazam e, se eles forem espertos deveriam, emprestar um pouco da visão de Smith sobre o personagem como base para a produção, na tentativa de alcançar um resultado próximo ao que o autor conseguiu: uma história leve divertida capaz de agradar crianças, jovens, adultos e velhos amargos como eu.
Nota 8 cachorros-quentes pago com o dinheiro suado de um órfão.
De 10 cachorros-quentes pago com o dinheiro suado de um órfão disponíveis.