Cercada da enorme expectativa por ser um spinoff dos que muitos consideram uma das melhores séries dramáticas já feitas,  estreou ontem no Netflix “Better Call Saul” a nova empreitada do time criativo de Breaking Bad. E pelo menos para um episódio de estréia, já dá para dizer que boa parte das expectativas foram atendidas. Caso você ainda não tenha visto “Uno” nome do piloto da série, fikadik: Continua aí? Então vamos lá: O episódio já começa fazendo a alegria de todo fã de Breaking Bad mostrando Saul após a desesperada investida final de Heisenberg, cumprindo a previsão feita pelo próprio em sua última aparição em BrBa; ele agora é o gerente de uma  confeitaria no Nebraska. Mais velho e usando um bigodão não dá para ver quase nada do outrora falastrão e  confiante advogado. O que vemos é um homem quieto, solitário e com muito medo que o seu  passado volte à tona para cobrar o preço. Passado que mesmo sendo terrível, Saul faz questão de revistá-lo melancolicamente. Após esse tocante início, todo em branco e preto, voltamos  para bem antes do primeiro encontro de  Saul com Pinkman e Walter White. Não que no passado as coisas estejam muito melhores  para nosso protagonista: ainda usando seu nome de batismo, Jimmy McGill, ele está cheio de dívidas, colecionando fracasso e lutando para ganhar uns trocados na defensoria pública. Em paralelo ele confronta os sócios de seu irmão em um grande escritório de advocacia em busca de uma polpuda indenização, já que este abandonou seu emprego e vive recluso em sua casa sem energia ou qualquer vestígio de tecnologia. Nessa volta ao início de carreira, já dá ver um vislumbre do bom e velho Saul, mas com uma grande diferença: a lábia e canastrice do advogado estão lá na atuação perante  o tribunal e quando ele começa a interagir com os skatistas picaretas que tentam lhe dar um golpe. Mas a confiança do cara  que vez certa vez conseguiu “convencer uma mulher que ele era o Kevin Costner” não. Isso faz da série imperdível para os fãs de Br Ba para sabermos o exato momento em McGill incorporou de vez a persona de Goodman e se transformou no cara que peita um monte de oficiais do DEA os levando no bico sem nem pestanejar. Ou se na verdade esse lado mais vulnerável de Saul Goodman sempre o acompanhou, apenas não havíamos sidos  apresentados a ele. Quem nunca viu Breaking Bad o quê você está fazendo da vida que ainda não assistiu? vai perde algumas referências importantes, mas acredito a qualidade da direção e, principalmente, a atuação de Bob Odenkirk serão suficientes para estes darem uma chance a série. Corram para o Netflix que o segundo episódio já está disponível.