No último domingo estreou ” Fear The Walking Dead”o spinoff da bem sucedida série quase homônima “The Walking Dead”. Aliás achei o nome bem meia-boca, apesar de entender escolha, pois nada como associar diretamente um lançamento com um outro produto que já é um tremendo sucesso.
Ainda mais porque esse primeiro episódio quase não parece estar relacionado com aquele caos total vivido por Rick e seus aliados que estamos acostumados a acompanhar.
Isso porque FTWD, se passa em um período desconhecido da audiência de sua série-irmã que também é inédito paras leitores dos quadrinhos criados por Robert Kirkman, Tony Moore e Charles Adlard: a origem da praga/infestação/apocalipse zumbi.
O contraste fica bem claro logo no início do episódio onde passamos de um cenário desolador, que poderia fazer parte dos anos mais recentes de TWD, para uma cidade povoada e pulsante, com prédios seus intactos e tráfego intenso. Passada essa sequencia inicial, quase não dá para se notar que estamos em uma série de zumbis, . Somos apresentado aos núcleo de protagonistas, mas toda a trama se desenvolve em torno dos problemas deles como uma família disfuncional.
Há sim um clima de paranóia e tensão no ar, mas essas sensações ficam mais para quem está do outro lado da tela e sabe o caminhão de merda toda que está para acontecer do que entre os personagens da trama. E o direção do episódio “brinca” com isso durante vários momentos, levando a audiência experimentada a ficar esperando os sustos tão tradicionais de TWD só para frustrar essa expectativa.
Fazendo a inevitável comparação entre pilotos dá para dizer que FTWD não tem o mesmo impacto de sua antecessora, afinal como concorrer com episódio que começa com um mundo em pedaços sem qualquer explicação e com um xerife abatendo uma criança zumbi a tiros? A série já começava te pegando pelo pescoço fazendo com que você quisesse se aprofundar naquele universo para entender o quê estava acontecendo.
Mas a longo prazo há potencial nessa nova série , não só para ela mostrar para a enorme base de fãs (que já garantiu a ela a maior audiência de todos os tempos em uma estréia na tevê à cabo) como tudo começou, mas para também trilhar seu próprio caminho seguindo um estilo diferente e com a liberdade total já que não existem os quadrinhos para servirem de referencial.
Fica uma crítica mais contundente a exibição da série aqui no Brasil através do recém chegada versão nacional do canal criador da série o AMC. Além das legendas em português não estarem disponíveis o canal padece daquele típica “casa da Mãe Joana” de começo de atividade aqui no país: alguns intervalos duram uma eternidade e outros apenas alguns segundos, além de acontecerem no meio de momentos importantes da série
Na torcida para que essas questões sejam corrigidas, afinal o AMC lá fora talvez só tenha menos prestígio do que a HBO em relação a suas produções próprias. Mas se for para funcionar nas coxas por aqui no HUE HUE BR melhor que suas séries continuem passando só na Fox e AXN.