* Você encontra mais capas como essa no DeviantArt de John Trumbull
” MAS COMO ASSIM ELES ERRARAM? A iniciativa completou um ano e é um total sucesso comercial! Não só levou a DC a liderar a lista de mais vendidos como aumentou as vendas de quadrinhos como um todo nos EUA! Já sei, lá vêem mais um ataque nerd de pelanca!”
CALMA BACHAREL ! Puxa uma cadeira, pede um copo para o Bigode que eu já lhe explico:
Não dá para brigar com os números dos novos 52. Goste-se ou não olhando para a parte comercial da empreitada a DC acertou em cheio. E não é só isso, alguns títulos como Homem-Animal, Mulher-Maravilha, Monstro do Pântano, Demon Nights e por aí vai, tem obtido ótimas críticas da imprensa especializada. No Brasil não temos dados oficiais, mas só de termos títulos sendo reimpressos por aqui dá para imaginarmos que as coisas vão bem.
” Horas, então cadê o problema? Cadê o erro? Cadê minha porção de polenta?”
Já lhe digo: a DC errou por colocar a parte comercial como prioritária, muito acima da parte criativa e se isso a curto prazo está rendendo bons dividendos, à longo prazo pode acabar afetando o que sempre foi o forte da editora: um universo coeso, com personagens icônicos e com esse legado clássico em quase todos títulos. O impacto do “novo”, da edição número 1 pode perder força e as bases que foram usadas na reconstrução desse novo universo podem ceder.
Um dos maiores exemplos de onde eles erraram quando tinham tudo para acertar para mim ocorreu com um dos personagens mais emblemáticos da era pré-reboot: Oliver Queen, o Arqueiro Verde.
Apesar de nunca ser considerado um figurão, pode se dizer que Ollie sempre foi um dos personagens mais queridos do universo DC principalmente por ser dotado de uma personalidade contestadora.
Ele foi o cara que convenceu o Lanterna Verde a viajar pelo Estados Unidos, pois de que adiantava este conhecer o universo todo se não conhecia direito nem seu próprio país? Em Crise de Identidade ele é o fio condutor de toda estória, mostrando que mesmo os heróis tem seus segredos sujos e que até quem tem super-audição às vezes escolhe o que quer ouvir. Até mesmo a versão dele no desenho da Liga, em teoria uma versão mais infantil, trazia esse espírito.
Nos Novos 52 a DC tinha a oportunidade de reforçar ainda mais essas características, poderia leva-lo a dar um passo a frente, explorar mais esse viés político que o personagem sempre teve.
E o que eles fazem: transformam o personagem em um mezzo Batman, mezzo Homem de Ferro, raso, genérico e absolutamente sem personalidade apenas para alinhá-lo com a versão do personagem que apareceu na série Smallville e que serviu de base para a nova série televisiva que está para estrear nos EUA.
Veja bem, não acho que ele devia estar atirando flechas com uma luva de box na ponta em pleno 2012 ou reclamar do visual paquito-surfista escolhido, a questão é outra: simplesmente mataram toda a essência do personagem. Em nome da “integração com outras mídias”criaram um novo personagem e lhe carimbaram como “Arqueiro Verde para nova geração”. E ele é apenas um dos personagens que sofreu esse tipo de “remodelagem”, você vai encontrar em maior ou menor escala outros inúmeros exemplos e situações iguais no Universo DC.
Aí onde eu acho que a DC errou, poderia ter usado o “NOVOS”, do auto-intitulado Novos 52 para levar seus personagens para uma nova direção criativa sem as amarras da cronologia, mas sem simplesmente rasgar parte ou quase toda mitologia dos personagens.
Mas usou o “Novos”apenas como novo um jeito de escolher o caminho mais fácil, fazer concessões e ganhar mais dinheiro.



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Cara eu estava pensando em criar um tópico sobre os Novos 52, claro que seria completamente diferente pois partiria de alguém que se aproveitou da questão para voltar a ler HQ (e tb nunca fui um leitor leitor mesmo), sem contar que pareço um analfabeto em HQ comparado aos demais redatores do Blog… mas seria uma visão diferente, talvez de um dos atingidos comercialmente pelo reboot (não, eu baixo scans e não compro). Talvez um dia ainda assim escreva….
Já li ou ouvi que o aumento das vendas vieram de caras como você, que costumavam ler as revistas e pararam por algum motivo e resolveram aproveitar o Relauch para recomeçar (quase) do zero.
A parcela de “novo leitores”representa uma porcentagem pequena das vendas, mostrando que na verdade não agradou nem público velho e nem público novo.
Tem coisa boa, tem coisa ruim do mesmo jeito que era antes.
O combustível dos Novos 52 ainda é a novidade por si só.
De qq forma o que mais me chamou a atenção foram coisas da atualidade e cotidiano serem mencionadas ou reformuladas…. caso do Planeta Diário, menção a redes sociais (Twitter) maior utilização de tecnologia… não sei como estava antes mas neste ponto achei legal a função do reboot.
Mas isso já tinha antes do reboot,só não era escancarado, não era jogado na cara.
Nem sou contra o que a DC fez, entendo as razões, só acho que fizeram muito mal-feito