Durante várias passagens do livro “Marvel a História Secreta”  conheci com mais detalhes as dificuldades que a editora enfrentou durante anos em adaptar seus principais personagens para o cinema.

Muita água passou por debaixo da ponte e hoje o braço cinematográfico dela não só pode lançar um filme com seus personagens classe Z como o faz com extrema competência.

Guardiões da Galáxias é sim tudo isso que andavam falando sobre ele, ao mesmo tempo em  que foi a aposta mais arriscada do Marvel Studios depois de sua consagração. E talvez esse seja o motivo dele ser o filme mais divertido do estúdio feito até agora. O fato dos personagens principais não serem os mais icônicos da editora pode ter libertado o diretor Peter Gun e o levado a adotar uma direção bem distintas dos outros filmes do universo Marvel cinematográfico, tornando Guardiões praticamente uma comédia de ação. Uma excelente comédia de ação digna das melhores feitas nos anos 80/90. A fantástica trilha sonora também remete à esses períodos, além de ser usada a favor da trama de uma maneira que deve ter deixado o Tarantino se mordendo de inveja

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Não que o “Marvel Way”do estúdio não esteja lá. A velha fórmula de diálogos espertos e piadinhas intercalada com sequências de ação é explorado em Guardiões como nunca havia sido antes. Mas o filme é totalmente descolado da tal “universo integrado” que é muitas vezes apontado como uma dos o maiores motivos de sucesso das produções do estúdio. Também não há o menor pudor em simplesmente “jogar”os protagonistas na tela sem a preocupação em explicar as origens detalhadamente de cada um. Tirando o Senhor das Estrelas,que a origem serve um pouco como condutora da trama, bastam algumas frases para que Gamorra, Drax, Rocket Racoon e I’m Groot sejam apresentados e tenham as suas motivações definidas.

Todo o elenco está muito bem, a se destacar duas surpresas que roubam a cena: Dave Bautista que acerta o tom como Drax e surpreende, já que eu esperava apenas um brutamontes-porradeiro vindo do WWF,e Groot que repetindo  uma frase o tempo todo consegue ser o centro emocional do filme. Sério, a empresa que fizer um brinquedo reproduzindo a participação dele nA cena final vai encher os cofres!

Até a dublagem (sim, vi dublado, pois ultimamente é quase impossível achar uma sessão legendada em horários decentes na maioria dos cinemas) está muito bacana, no mesmo nível das feitas para as animações Pixar/Disney.

A única coisa que me incomodou um pouco no filme foram algumas cenas meios forçadas que mostravam os protagonistas posando de fodões em câmera lenta, bem ao estilo splash-page dos quadrinhos. Mas isso pode ser implicância minha em arrumar algum defeito no filme, haja visto que em Vingadores tem uma pancada de cenas assim que não me causaram esse desconforto, talvez porque como leitor das antigas vibrei ao ver os heróis clássicos da Marvel reunidos na telona.

E  esse fator saudosista é o motivo de eu ainda achar que Vingadores seja o melhor filme da Marvel Studios. Mas que Guardiões da Galáxia chega muito próximo, isso é fato. E potencialmente tem tudo para se tornar uma franquia tão grande quanto, já que os “heróis classe Z da Marvel”já garantiram a maior bilheteria de um lançamento do mês de agosto de todos os tempos.

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O lendário Kevin Bacon com certeza está orgulhoso!