Um dos títulos mais aguardados por mim da coleção de Graphics Novels Marvel da Salvat era o encadernado que traria a elogiado Capitão Britânia de Alan Moore e Alan Davis.
Só que pelos elos cronogramas não oficiais que rolam por aí, o volume com o defensor do Reino Unido seria o último a ser lançado aqui. Como também não há a garantia total de que ele vá mesmo ser mesmo publicado ( já que não há uma lista oficial de lançamentos e as edições da coleção lançadas aqui podem não ser a mesma das lançadas em outros lugares do mundo) não pude resistir a “atravessada” que a Panini deu ao lançar o encadernado do personagem no mês passado.
E provavelmente ter em breve mais um um item em duplicidade na estante…
O Capitão Britânia foi criado em 1976 por Chris Claremont e Herb Trimpe para ser o primeiro material original publicado pela Marvel UK que antes disso só republicava no Reino Unido histórias da Marvel já lançadas no mercado americano. Em 1982 eis que sobrou para um ainda iniciante Alan Moore ao lado do desenhista Alan Davis a responsabilidade de preencher algumas páginas de revistas britânicas da Marvel com histórias do personagem.
Um dos motivos de Moore ter assumido o título foi por conta do desejo dos editores da Marvel UK em atrair os leitores mais maduros acostumados com a tradicional revista inglesa 2000 AD, revista esta que que Moore era usual colaborador.
Esse formato da 2000 AD acabou me incomodando no início da leitura do encadernado. Até estava acostumado com ele por conta da Juiz Dredd Megazine, mas mesmo assim parecia não estar, como diria minha tia, “ornando”.
Isso porque Moore introduziu diversos novos personagens ao mesmo tempo que enfileirava uma série de conceitos complexos (realidades alternativas, viagens no tempo,etc…) e a quebra excessiva da narrativa por conta do formato de publicação original com 3,4 páginas por história , me frustrou bastante.
Mas ao prosseguir na leitura, não sei se fui me acostumando com o ritmo ou se por conta da história dar uma bela engrenada quando o Capitão Britânia volta para a Terra a qual pertence, esse incômodo inicial desapareceu e me fez perceber que o maior mérito de Moore em sua passagem pelo título foi ter construído com poucas páginas por edição um arco grandioso que que reformulou totalmente o personagem protagonista e desenvolveu o conceito de um Multiverso Marvel. Conceito este pouco usado durante décadas, mas que a editora passou a utilizar sem medo de ser feliz ultimamente.
Não está no nível de outros trabalhos consagrados de Moore assim como na arte temos um Alan Davis em um dos seus primeiros trabalhos nos quadrinho e longe da sua grande forma, mas mesmo assim Capitão Britânia- Volume 1 merece um lugar em sua estante mesmo que em duplicidade, pois além do inegável valor histórico a qualidade dele ainda é muito superior a maioria ao que encontramos nos títulos mensais de super-heróis atuais.
Nota:
7 Chefões da Marvel putos quando se referem ao universo principal da editora como “Marvel 616“.
De 10 Chefões da Marvel putos quando se referem ao universo principal da editora como “Marvel 616” possíveis.
Alan Davis desenha demais! Que é isso, novinho!
Sim, mas a arte dele nesse encadernado está aquém de outros trabalhos deles.
Mas Claro que um Alan Davis longe de sua melhor forma ainda é melhor que a maioria dos desenhistas atuais