Finalmente o aguardado encontro entre o maior de todos os guerreiros bárbaros com Conan o cimério (!?) finalmente chegou nas bancas de nossa amada terrinha.
Originalmente lançado em uma mini-série em 4 partes nos EUA Groo Vs. Conan saiu aqui no mês passado em um belo (e caaaaaaaro) encadernado pela editora Mythos.
Fã de Sergio Aragonés e do comedor de queijo derretido que sou resolvi já comprar e morrer com uma grana ao invés de esperar uma promoção esperta nas internetes da vida.
Terei errado?
Bom, considerando a minha sorte sim, pois pagar 40 pratas num encadernado com 140 páginas (quando similares da Marvel e DC custam 20 ou 25 mangos) e encontrar uma cagada dessas é dureza:

Espero que tenha só sido azar meu mesmo, mas se alguém mais se deparou com esse problema avisa aí nos comentários.
Pensei em voltar até a banca para tentar trocar ou xingar muito no tuíter, mas a preguiça e a bunda-molice de consumidor resignado me fizeram apenas buscar uma tesoura e consertar a cagada.
Ainda bem que a leitura me fez esquecer essa decepção inicial, e é o que importa no final! De que vale ter ter uma edição perfeitinha na estante em comparação a experiência de uma boa leitura?*
Com argumento do parceiro de longa data de Aragonés Mark Evanier e com arte realista de Thomas Yeates o encadernado consegue fazer jus ao hype desse aguardado e improvável encontro. Usando a desculpa de realidades paralelas a história mescla com bastante naturalidade o estilo cartunesco do universo de Groo com o traço realista de Yeates nas passagens em que presenciamos o mundo de Conan.
Também e muio divertido ver Conan reagindo ao non-sense que se depara ao entra no universo cartunesco de Groo. A tentação de envolver o cimério no clima de galhofa deve ter sido grande, mas a opção de mantê-lo sério em um lugar em que nada faz sentido foi acertada.
Outro acerto foi usar a tradicional comédias de erros usada por Evanier nas aventuras regulares de Groo para mostrar a batalha entre ambos de ângulos e com desfechos diferentes. Ok, pode ter servido apenas como enrolação para termos mais do embate dos dois protagonistas, mas afinal era isso que todo mundo queria ver mesmo, certo?
Além das realidades de Conan e Groo existe uma terceira onde Evanier e Aragonés usam o recurso metalinguístico, já utilizado em trabalhos anteriores, e se colocam na história mostrando os bastidores da idéia inicial de ambos para o crossover entre os personagens. Esta realidade acaba sendo o fio condutor para toda a trama além de conter as partes mais divertidas da história.
Como fanzoca de Groo, gostei bastante, só fico na dúvida se a revista irá agradar os fãs de Conan na mesma medida, já que apesar do co-protagonismo do cimério a história que está sendo contada (como esse resenha deixa claro) é uma típica aventura do Groo.
Fica quem sabe a idéia para um novo crossover onde poderíamos ter uma inversão de papéis com Groo como o elemento estranho em um mundo mais realista.
Nota:
8 cabeças de um dragão gigante maior que um carvalho
de 10 cabeças de um dragão gigante maior que um carvalho possíveis.
*repetindo essa última sentença como um mantra, quem sabe um dia eu acredito nela)