Crossovers são essencialmente caça-níquéis, se envolverem o Batman então adicione mais alguns pontos ao fator “vamos juntar esses heróis aí que os vermes compram tudo”
Claro que alguns se destacam e entregam obras acima da média, e este é o caso de Batman/Planetary Uma Noite na Terra.
E a história não se destaca só por conta da arte incrível de John Cassaday e o texto do grande Warren Ellis, até porque não é surpresa nenhuma para aqueles que acompanharam os encadernados de Planetary publicados pela Panini ano passado aqui no Brasil.
O grande diferencial dessa edição é que ela conseguiu ser uma grande homenagem ao Batman ao mesmo tempo que se encaixa totalmente dentro do universo de Planetary. Não sei exatamente quando foi publicado, mas o crossover cabe perfeitamente entre as primeiras edições da série dos “Arqueológos do Desconhecido”, onde eles partiam atrás de acontecimentos estranhos pelo planeta aparentemente sem nenhuma ligação, mas que começam a encaixar de maneira magistral da metade em diante da série.
Na trama Jakita, Baterista e Elijah Snow vão até a Gotham da realidade deles, onde o Batman não existe, para investigar crimes cometido por um transtornado ser super-poderoso e filho de habitantes da Cidade Zero (se não sabe do que estou falando vá ler Planetary, porra!)no Beco do Crime. Os poderes desse ser descontrolado estão ligados ao multiverso e ao ser perseguido ele acaba indoa versões do Beco do Crime de outras realidades. e levando com ele e os membros do Planetary.
E essa é a desculpa para que o grupo encontre o Homem-Morcego em diferentes versões, cada uma delas referenciando as passagens mais icônicas do personagem. Essa mistura acaba criando um dos maiores tributos já feito ao personagem, dando noção de grandeza dele sem a costumeira forçação de barra.

Não podia faltar essa versão do Batman né?
Quanto ao tal “Edição de luxo” e consequentemente uma maior preço de capa (R$21,90) confesso que à principio interpretei como mais uma das equivocadas escolhas de formato feitas recentemente pela Panini*. Apesar de ficar “lindo na estante” o encadernado só trazia essa história com 50 e poucas páginas e os extras não passavam várias páginas trazendo o roteiro de Ellis que pareciam ser apenas para encher linguiça, pois só repetia tudo que já tínhamos acabado de ler.
Mesmo assim por ser do Ellis encarei a leitura e foi uma grata surpresa descobrir que as anotações de cena que ele indicava a Cassaday no roteiro acrescentavam em muito à história me fazendo voltar a ela para rever certas referências que deixei passar na primeira leitura.
Foi por pouco essa hein Panini ?
Se você é fanzoca de Planetary e já comprou tudo que saiu por aqui a compra de Batman/Planetary é quase um dever cívico. E se você é um herege e não conhece o grupo, mas “gosta mermo é do BATEEEEEEEMA” também, já que provavelmente umas das coisas mais legais já feitas com eles fora dos títulos solos do personagem .
8,5 Bat-Repelentes de Vilã
De 10 Bat-Repelentes de Vilã possíveis
*A saber: Multiversity publicada em mix, Miracleman mensal seguindo a publicação americana e Sandman Overture mensal num formato encadernado de luxo(?).