Você deve ter notado que o UATAFÓKIN está em uma espécie de recesso, não que alguém se importe, e isso é porque todo o corpo editorial (eu) está de férias e aproveitando para fazer um monte de trabalhos domésticos e reformas descansar.
Além de claro ter mais dias para ter mais dias para aproveitar o evento de quadrinhos mais legal do universo o Festival Internacional de Quadrinhos, a o nosso querido FIQ
Cheguei na sexta achando que seria o dia mais tranquilo por ser dia útil, mas que nada! Já estava lotado e acrescentando que estava fazendo um calor infernal em Belo Horizonte a experiência de assemelhava muito a pegar um metro na Linha Vermelha em horário de pico, mas com o grande diferencial que todas as pessoas se respeitavam e agiam como… pessoas.

Painel da mostra “Ciência dos Super-Heróis”em que artistas fizeram releituras de alguns super-heróis baseado em conceito científicos
Pelo menos visualmente não pareceu que pesou o fato do evento não acontecer em um feriado prolongado como em 2013 (lembrem-se da Bíblia: feriado no domingo não é de Deus). Em tese isso poderia dificultar a viagem das pessoas para BH, mas o pessoal deve ter se programado ou conseguido aquele atestadão.
Na sexta também rolou o painel com a lenda Howard Chaykin, e foi bem legal/assustador ver a total falta de glamourização que ele fala de sua carreira e da indústria de quadrinhos.
Poderia dizer que foi um dos melhores painéis dessa edição, caso eu tivesse levado o entretenimento a sério e tivesse visto qualquer outro painel do evento além desse.
Explico:
O espaço dos artistas, com autógrafo e muitos trabalhos autorais era enorme e dava para perder horas garimpando. Além disso aproveitei para conversar com uma série de pessoas que admirava o trabalho e amigos que não conhecia pessoalmente. Somando também as 4 mostras bacanas do evento, os estantes das editoras independentes e a venda do chopp artesanal, quando eu lembrava do horário de algum painel bacana já era tarde demais para pegar a senha.
Fiquei um pouco triste de não ter visto o painel do Graphic MSP e minha mulher nunca vai me perdoar por ter deixado passar a sessão de autógrafo do Maurício de Souza, que foi a mais disputada do evento seguida bem de longe pela sessão de autógrafo do lançamento do livro do Melhores do Mundo.
Eu acho, já que essas duas foram as únicas que vi mais de perto.

Da exposição Heróica onde desenhistas brasileiras criaram novas versões de uniformes de algumas heroínas e cosplayers fizeram as fantasias
Temia-se que essa edição do FIQ pudesse sofrer pela primeira vez “concorrência” da CCXP que vai acontecer em algumas semanas, mas isso talvez tenha sido sentido no fato que, ao contrário de 2013, Marvel e DC não tiveram painéis oficiais e a presença da Panini (tímida em 2013) foi quase que inexistente. As grandes irão concentrar toda sua força na CCXP.
E isso foi ruim? Não, na verdade foi uma vantagem em relação a edição anterior, pois o FIQ pode reafirmar seu DNA, priorizando a diversidade e reunindo pessoas que amam e fazem quadrinhos em um evento que elas podem trocar idéias, beber e dar risada.
Não é o caso de comparar são propostas diferentes, mas para mim nerd velho e amargurado a experiência de ir no FIQ muito, muito melhor que qualquer tipo de EXXXPERIENCE mais comercial.
Que 2017 chegue logo.