Leitura de Trem: As Duas Primeiras Edições de LJA de Bryan Hitch

Há alguns meses um amigo meu pediu umas dicas de leitura para se iniciar nesse fantástico mundo que vicia mais que crack das histórias em quadrinhos.

Indiquei aqueles clássicões obrigatórios que todo leitor de quadrinhos conhece, mas senti falta de indicar uma leitura menos densa para inciantes,  algum título mensal  que fosse bom e que não fosse necessário conhecer nada de cronologia.

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Na época LJA (Liga da Justiça da América) do desenhista/autor Bryan Hitch ainda não havia sido aqui no Brasil se ele me perguntasse hoje seria uma indicação certeira.

LJA foi lançado nos EUA durante o DC You (na tradução daqui DC e Você tudo a ver ), fase em que a DC Comics deu uma reformulada sua na linha editorial pós Novos 52,permitindo uma maior liberdade para as equipes criativas dos títulos mensais. Isso fez com que uma série de novos artistas fossem contratados e adotassem uma pegada mais experimental em algumas das revistas mensais da DC. Dentre essas novidades causou certa estranheza o anúncio de Bryan Hitch como roteirista/desenhista de uma nova revista da Liga que não estaria atada a cronologia dos Novos 52.

Hitch já era um dos figurões da indústria, mas por conta de seus desenhos pouco se sabia das capacidades dele como roteirista. Por isso leitores e críticos ficaram sem saber o quê esperar desse novo título, afinal na indústria tem muito desenhista fodão que se aventura nos roteiros e o resultado muitas vezes acaba sendo lindo de ver mas não tão agradável de ler.

Só que em LJA acontece o contrário.

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Não que arte esteja ruim, aliás longe, muito longe disso, só não é o Bryan Hitch de seus melhores trabalhos como Autorithy e Supremos. Pode ser por conta dos prazos apertados ou simplesmente o cara deixou um pouco de lado seu estilo ultra-detalhista, mas se decepciona um pouco na arte Hitch compensa no roteiro com algo que Geoff Johns não conseguiu fazer nos Novos 52: uma Liga da Justiça feita do jeito certo.

Ele até usa a mesma formação que Jonhs usou no reboot, o visual é Novos 52 mas essa Liga lembra muito pouco a versão corrente, porque Hitch  dá um tratamento clássico ao grupo,  lembrando um pouco a abordagem que Grant Morrison adotou na sua fase frente ao título. Isso além de agradar os leitores das antigas facilita para novos leitores, pois além da falta de amarras cronológicas, traz os arquétipos clássicos dos heróis que também são base para os desenhos da Liga que são conhecidos do grande público.

Fora que a história é boa em apenas duas edições o autor/desenhista  já enfileirou vários plots interessantes ( versões futuras do Superman indo para a morte, a misteriosa Corporação Infinito e a chegadaa Terra de um Deus kryptoniano)  de uma maneira bem fluída. E ainda como bônus no mix nacional da revista tem as histórias solo do do Cyborg que está apenas ok por enquanto, mas já vale  a pena por contar com o traço de Ivan Reis.

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Se você é um leitor novato ou daqueles que há muito abandonou os títulos mensais, mas ainda sente uma saudesinha LJA é entretenimento de qualidade garantido! Agradou tanto que na reformulação da reformulação  nova fase da DC Comics o “DC Rebirth” Hitch acabou sendo realocado no título principal da  da Liga deixando LJA para uma nova equipe criativa ainda não divulgada.

Justo! Aliás, por essas duas edições e pelo estilo  de sua narrativa e enquadramentos cinematográficos podiam é dar logo é o filme da Liga pra ele dirigir.

Nota: 7,8/10 Batman “com preparo” para tudo

 

 

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