Encerrando mais um bom trabalho de publicação de um título por completo da Vertigo aqui no Brasil, a Panini publicou no ano passado o último encadernados da consagrada série Fábulas de Bill Willingham.
Para sorte* daqueles que como eu já sentem saudades da série ainda resta algum material do spinoff “As Mais belas Fábulas” a ser publicado por aqui: o último encadernado Clamor ou Glamour (que sai em fevereiro segundo a Panini, ou seja deve sair em abril) e o recém lançado e alvo dessa análise a graphic novel “Em toda Terra” .
“As Mais Belas Fábulas” sempre trouxe como protagonistas alguma das mais marcantes personagens femininas da Cidade das Fábulas. Dentre elas de longe a que mais se destacou foi Cinderela em uma versão super-agente-secreta-fodona, então natural ela ser a estrela da edição especial que traz em seu elenco a grande maioria das fábulas que já passaram pelo título mensal. Em dois capítulos em texto e em trinta pequenas histórias vamos acompanhar os esforços da espiã em tentar desenvolver habilidades detetivescas para em apenas uma semana desvendar uma série de assassinatos duplos que contrariam a lógica até em um mundo repleto de magia.
Cada uma das histórias de duas ou três páginas tem seu desenhista próprio o que torna a revista visualmente um desbunde, pois além do time de artistas talentosos selecionados, o fato de cada um deles ter apenas algumas páginas para desenhar fez com que a arte saísse caprichada. O argumento ficou por conta de Bill Willingham mantendo o padrão de qualidade de Fábulas, apesar de eu ter que confessar que proximidade à série principal me incomodou um pouquinho durante minha leitura.
Explico:
Gostava do fato de que no títulos mensais ” As Mais Belas…” visitavamos outros cantos do vasto universo criado por Willingham, além de trazer tramas mais isoladas não ligadas diretamente na cronologia de Fábulas.Só que “Em toda Terra” ocorre exatamente ao contrário: se passa nos cenários regulares da série e é intrinsecamente ligada à todos acontecimentos de Fábulas ocorridos até a data original de sua publicação (11/2013)
Isso traz dois problemas: O primeiro é que quem não tiver lido os volumes 1 ao 20 (segundo essa timeline) vai boiar em várias partes da história. Talvez como um todo não prejudique o entendimento da trama principal, mas com certeza a história perde muito da força. O segundo problema parte da”culpa” é da Panini e a outra parte do meu cérebro sequelado: como “As Mais Belas…” foi publicado aqui bem fora de sincronia em relação à Fábulas E COMO EU AFOGO MEUS NEURÔNIOS BEBENDO CERVEJA EM DOSES INDUSTRIAIS ficou difícil de encaixar a edição cronologicamente com a trama principal mesmo para quem já leu toda ela, deixando a leitura confusa em alguns momentos. Enquanto lia me perguntei durante algumas passagens se não era algo fora da cronologia e meio que se passando em um universo alternativo como o crossover com O Inescrito, mas não é o caso. Acho…
Mas tudo bem, mais um motivo para reler Fábulas de cabo a rabo que já é algo que eu tinha intenção de fazer por conta de ter lido os encadernados no ritmo em que estes foram publicados aqui, com um grande espaçamento entre o uma edição e outra. E não apenas por questões de entendimento da cronologia, mas também porque”As Mais Belas Fábulas: Em Toda a Terra” me lembrou o quanto a série é uma ótima leitura.
Nota: 7,5/10 Chaves Reservas de Carro Mágico.
*mas azar no caso de “João das Fábulas” outra série derivada que a Panini (em mais um péssimo trabalho) abandonou a publicação dos encadernados no país.
Crítica muita lúcida. Apesar do excesso de álcool provavelmente na hora. Brincadeira. Sua crítica me fez decidir comprar essa edição. Já que NÃO me interessei pelos “spin-offs”.
eita! Alguém ainda vem aqui!