Leitura de Trem: Lendas

É, mesmo relutante em aceitar a cagada-de-regra-mor que é essa lei dos quinze anos. tem algumas coisas que não devem ser revistas para não estragar a memória afetiva que temos delas.

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Última edição quando a série foi lançada aqui em formatinho pela Abril

E Lendas, minisérie de da DC Comics publicada originalmente em  1986, é um desses casos.

Uma das últimas revistas oriundas da minha  falência na Festcomix que li foi o encadernado da mini-série Lendas da Panini. O motivo de ter ficado no fim da pilha foi que eu já havia a lido no distante 1988 quando eu era um guri cheio de problemas, obeso e com cabelo (O cabelo e o peso extra se foram, os problemas quadriplicaram).

Eu achava que lembrava da história e achava que ela era foda! Comprei apenas para guardar, para poder ficar olhando para ela na minha estante, pois ainda tenho a mini original da Abril em formatinho e caindo aos pedaços em algum lugar da minha casa. Mas um surto de punhetagem saudosista e resolvi reler essa semana e, pusta, que DeCepeção…

O história da série é a seguinte: Darkseid,( não se sabe muito por-que-caralhas) resolve destruir os super-heróis da Terra infiltrando um de seus asseclas, o Glorioso Godfrey, como um escritor na Terra e este usa seu poder de influenciar as pessoas com o intuito fazer a opinião pública se voltar contra e odiar os seres super-poderosos. Devido ao caos e rebelião em determinado momento da série qualquer atividade heróica e proibida pelo governo dos EUA.

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Muitas das coisas legais que surgiram na DC naquela época saíram de lá : A Liga da Justiça Internacional, Esquadrão Suicida, foi lá primeira aparição da Mulher-Maravilha na cronologia oficial, Wally West em seus primeiro dias como Flash, e por aí vai.Mas a série vista pela ótica de hoje é totalmente datada não se sustentando nem um pouco fora da época e contexto que foi publicada: os anos 80 e no recém reformulado Universo DC pós Crise nas Infinitas Terras.

A arte de Byrne, que na época era idolatrado, infelizmente não sobreviveu ao tempo. E olha que ele ainda estava no auge da carreira, milhões de quilômetros à frente das merdas recentes que ele fez. E a história, que quando eu li pela primeira vez parecia ser inovadora, violenta e adulta, hoje com tudo que li depois disso e com o ranço do tempo me parece boba, infantil e cheia até a tampa de clichês. E para quem não sabe o que rolou nas revistas mensais da época a leitura vai ser pior ainda, pois alguns acontecimentos citados e importantes na série, como o seqüestro do Superman e o fim da Liga de Detroit não estão e nem são explicados em nota no encadernado.

Em um texto introdutório presente na edição, o editor da época Mike Gould, disse que após a ressaca de “Crises…” a DC queria uma série que reforçasse o ideal heróico dos personagens da editora. Eu tenho certeza que funcionou na época, mas hoje  revisitando a obra fiquei com a impressão de que os Novos 52 até que não são tão ruins assim.

Nota no estilo Capitão Fraldinha Marvel;

 

5 “Diachos! ”

(De 10 “Diachos!” disponíveis)

Ps: E se não fosse pelo saudosismo a nota seria menor ainda.

 

3 respostas em “Leitura de Trem: Lendas

    • Tem essa! Praticamente toda a participação do Super-Homem na série saiu na mensal dele que era escrita e roteirizada pelo Byrne.
      Em Lendas ele fala que foi sequestrado pelo Darkseid e isso não é mostrado. E olha que ele ficou um tempão lá, inclusive sendo hipnotizado, ou algo assim, se tornando capanga do Darkseid!

      Era uma história muito boa. Quer dizer, a lembrança que eu tenho dela é boa pelo menos

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