Um dos primeiros posts nesse cantinho esquecido da internet foi sobre como a velha burocracia e a sede por arrecadação de imposto do governo brasileiro ameaçavam inviabilizar a Netflix aqui no Brasil.
Na época mesmo surgiram textos dizendo que a coisa não era bem assim, que o serviço não corria esse risco. E passados quase 3 anos nada mais havia sido publicado sobre o assunto.
Mas desde a semana passada começou de novo um zum-zum-zum que envolviam além do governo as empresas operadoras de tv á cabo do Brasil.
O motivo do assunto ter voltado a baila é o sucesso do Netflix aqui no país. Segundo artigo do jornalista Daniel Castro a empresa vai lucrar nesse ano R$ 500 milhões superando faturamento de canais abertos como a Band e Rede TV!.
No mesmo texto é relatado que em um congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) os executivos das empresas de tv à cabo embarcaram na onda da guerra do UBER versus Taxistas comparando o Netflix com o polêmico novo serviço de transporte.
As vantagens tributárias do serviço de streaming, que pagaria muito menos impostos que as empresas de tv à cabo estão fazendo essas empresas tratarem o Netflix como concorrência desleal e algo quase tão nocivo a elas quanto a pirataria. Apesar dos pedidos de igualdade tributária e até de uma declaração do presidente da Ancine a favor de uma isonomia entre operadoras e Netflix, a ANATEL que é de fato quem pode fazer isso, ainda não conseguiu enquadrar o modelo de negócios dele para que ele seja colocado em pé de igualdade com as tvs por assinatura.
Como fanzoca do Netflix fica fácil para mim convocar todos a saírem a rua e a queimarem ônibus baterem panela caso algo assim aconteça e faça que a mensalidade dele fique próxima do absurdo cobrado pelas tv por assinatura. Mas certa feita, na época que instituíram as passagens grátis de ônibus para idosos um amigo mais “capitalista” me disse: “complicado o governo ir na sua empresa e lhe obrigar a dar algo de graça sem nenhuma contra-partida sem saber se ela pode arcar com os custos dessa benfeitoria”.Depois disso sempre tento também analisar o lado das empresas antes de incentivar a explosão delas criticá-las em meus surtos anarquistas socialistas
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Sim, a maioria das operadoras de tv tem um atendimento de merda e tem aquelas grades engessadas que te obriga a gastar uma pusta grana para ter 2 ou 3 canais a mais que prestem, mas será que elas não estão mesmo em desvantagens em relação ao Netflix? Como os executivos delas defendem elas acabam gerando muitos empregos e geram muitas receitas para o governo jogar pelo ralo através do imposto.
Agora o quê dá para descer a lenha sem dó é o fato deles atacarem o Netflix ao invés de brigarem para pagar menos impostos ou buscarem alternativas em seus próprios serviços de streaming que hoje só servem como um apêndice de seus canais de filmes. Deviam ter aprendido com a indústria fonográfica que perdeu um tempo valioso lutando por anos contra o Napster e o download digital ao invés de reinventar.
Gostei da conclusão, estão perdendo tempo como a indústria fonográfica.
Parabéns pelo texto.
Opa! Valeu!
Meu TCC inteiro foi sobre Indústria fonográfica versus Compartilhamento de arquvo.
Eterno projeto de revisá-lo e postar ele aqui em algum lugar…