Leitura de Trem: Homem-Animal: Nascido para Ser Selvagem

No final dos anos 80 um iniciante Grant Morrison pegou um herói para lá de obscuro da DC e o tornou protagonista de uma história que figura em qualquer lista de maiores HQs de todos os tempos.

Se essa fase de  tão incensada (com razão) chega a ofuscar até coisas recentes feitas com o Homem Animal, como a boas versão dos Novos 52 do personagem com roteiro de Jeff Lemire, o que dizer das histórias que vieram logo em seguida à saída de Morrison do título?

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Na época essa responsa sobrou para o escritor Peter Milligan que encontrou uma maneira muito simples de se livrar do peso de suceder Morrison : ser ainda mais experimental que o maluco escocês.

Até pouco tempo eu nem sabia que existia uma fase do Homem Animal pós-Morrison no universo DC regular, achava que logo após Buddy Baker ser devolvido a sua família depois do histórico encontro com seu escritor ele já tivesse  migrado para o selo adulto Vertigo. Mas não, o encadernado  recém lançado aqui, Homem- Animal Nascido para Ser Selvagem reúne as seis  edição seguinte a saída de Morrison do título e se passa dentro da cronologia da DC na época.

Pelo menos menos teoricamente, já que Milligan ignora quase que completamente a continuidade e o que foi feito por seu antecessor nos apresentando  um protagonista saindo de um inexplicável coma, cercado por uma equipe médica esquisitíssima e sendo recepcionado friamente por sua outrora apaixonada esposa. Além disso parece haver algo de errado com  o Homem Animal e não é  só por conta dele estar com seus instintos primais aflorados, mas ele também parece não mais se encaixar no mundo em que despertou.

Mas foi ele ou foi toda realidade ao redor dele que mudou?

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Difícil chegar a essa conclusão durante quase toda a leitura, pois se Morrison deu os primeiros passos em direção ao experimentalismo em Homem Animal, Peter Milligan em sua curta passagem já chegou chutando  o balde misturando referências literárias, musicais e física quântica com muito surrealismo. Só o co-protagonista chamado Homem-Lugar Nenhum e os vilões da trama já serviriam para dar a medida o quanto o autor pirou (lembrando bastante de seu trabalho em Shade, que a Panini também está republicando aqui), mas não bastassem eles ainda há um outro “super-herói” chamado Cigarro- Verde que o super-poder consiste em tossir e soltar fumaça nos outros(?).

Alguém tem que fazer um filme com esses caras! #ficadicazacksnyder

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Mesmo não sendo tão badalado quanto os outros fases de títulos pré/início da Vertigo que a Panini tem lançado aqui, Homem-Animal:Nascido para Ser Selvagem faz jus a eles, podendo figurar tranquilamente na mesma prateleiras de histórias e que ajudaram a definir o gênero de quadrinhos adultos de super-heróis nos anos 90 e servem de influência até hoje.

Nota:

8 pizzas de Schrödinger que pode ou não ter uma dose de pimenta extra

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